IX Um GritoPoético: Esquadros

Durante esta semana lá no grupo Um grito Poético poemamos sobre ESQUADROS

O resultado de toda esta conversa pode ser conferido nos poemas abaixo

Fique atento ao tema da próxima semana e venha gritar conosco

 

Esquadros

traço ângulos

perpendiculares

(tri)ângulos

(re)tângulos

circundo retas

(semi) círculos

traço paralelas

(re) traio

(con) traio

expando

espio

esquadrinho

(re)cantos

recônditos

escaninhos

crio nichos

esconderijos

cavidades ocultas

(a)dentro

por dentro

...

e fico.

(Ianê Mello)

Rabiscos

Não são palavras, são linhas

Que tracei…

Fiz um quadrado

Asfixiado

Por linhas fechadas

Que desenhei…

Reflexões… Telepatia

De uma asfixia

Em quadrado… Fechado

Que nada me dizia

…

Rasguei

…

E novamente tracei

Uma pirâmide

Triângulo unânime,

da minha vontade

Na verdade

Tinha o topo afiado

Algo preocupado… Sofrimento

Tortura

Alimento,

de meus traços em loucura

…

Machuquei o desenho

…

Deitei no caixote

E fiz um rectângulo

Caixa forte

Paredes escuras

Morte…

Linhas fechadas

Sufocadas

Traços do medo

Linhas da mente

Credo

Potente

…

Queimei

…

As figuras de geometria

Sem cor

Sem dor

Quadrado… Asfixia

Triângulo… Família, laços

Rectângulo… Fobia

Medo dos traços

José Alberto Sá

Costumo me perder em curvas

gosto de desbravar linhas

nunca consegui seguir apenas uma reta

vida em voltas constantes

a beleza da descoberta me fascina

vivo em descompasso

e assim vou, passo a passo

rumo ao infinito,

sem esquadro nem compasso.

Carmem Lucia Lima Sarmento

ACQUA(R)ELLA

Diante do espelho

A mulher de lua

Recorte

Os seus pigmentos

(Sentimentos guardados, tintas adulteradas)

Em cada esquadro

Cores frias

Esquartejam

Mais uma possibilidade

De tela

O flagelo está mesmo é nas Cruzadas

das pernas

Eu quero abrir o Mundo, e

A sua cabeça:

a chave das fendas é não ter medo

de misturar outras aquarelas...

Lou Albergaria

Imagem: Magritte - Donna - 1923

NO QUATRO

No círculo das horas

a dança colorida das formas

mistura-se à suavidade da voz...

Linhas transferem-se em mil

em cada universo projetado.

Quadro, quatro, quarto,

troços, traços, terços,

tudo o que cabe dentro do esquadro

reflete-se na esfera dos meus olhos,

entranhando-se na linha do sem fim

dentro de mim...

jiz

Imagem: symbolom.com.br

(Janet Zimmermann )

DO LADO DE CÁ

está tudo quadrado

neste dia de concreto e passado.

amanhã haverei de reunir forças

pra suportar o novo raiar sem você...

amanhã vestirei a fantasia d’alegria.

tatuarei um maravilhoso sorriso no rosto,

inda que sangre um rio...

e sairei pela janela do mundo...

apenas a frialdade da solidão

saberá que chorei

pelos meus

e pelos sonhos perdidos n’algures...

andarei na corda bamba,

equilibrando luz e sombra...

(Janet Zimmermann )

Retrospectiva IN Vanes

Ontem foi longa a viagem que fiz...

Olhando em meus espelhos,

Fiz de volta todo o caminho

Em que até então me tinha feito

Um regressão conduzidas por palavras

frias, calmas, quentes, sofridas, intimas...

E quando cheguei lá, no fim da fila dos espelhos que sou...

Vim me refazendo pelos esquadros da vida....

A regressão acabou...

Voltei ao que hoje sou,

Porque descobri quem eu era.

Vim embora ao som de esquadros

Que ao longo desta semana

Vem permeando os caminhos em que tenho andado...

Saudemos aos esquadros da vida...

Porque eles sempre podem e são (re) feitos!

Vanessa Vieira

Esquagritos

Hoje os esquadros se revolvem...

recriam-se diante dos olhos

(re) arrumam-se...

Aqui de longe observo atenta

seus movimentos...

Cantos e Contos...

se desvelam...

Forma e reformam...

diante de mim abrem-se as nuvens

causadas pelos quadros escondidos...

Eis que sai um grito!

e todos se desfazem...

E depois se refazem novamente...

Vão e vem...

bailam à luz dos meus pensamentos

e têm como plateia

Os olhos que são meus....

Encaixe...

Grito...

Esquadros...

Esquagritos!!!!!

e assim

sigo poemando...

versando...

gritando...

e sem dúvida alguma

Sonhando!

 Vanessa Vieira

Cantos dos cantos quadrados

Hoje fui tomada

Pela percepção

Dos esquadros em que vivo

São tantos...

São muitos...

Em cada canto

Um quadro

Em cada Quadro

Um canto

Em cada Canto

Uma história...

A minha história...

E é Transitando

Entre os esquadros

Que venho vivendo

(Tran) sitando

Pelos quartos da vida

Que se chama hoje e

Por isso se enquadra

E “requadra” a cada dia...

Vanessa Vieira


CONTEMPLAÇÃO

Da janela do meu quarto,

Do meu barco de estrado,

Navego há anos paralisado,

Na companhia de um cigarro.

Quinas de ângulos agudos,

Sina de penitências futuras,

Apoio-me nas grades escuras,

Na ausência das hipotenusas.

Astro de luz aponta quadrado,

Tempo escorre pelo esquadro,

Sou réu confesso e declarado,

No meu cárcere com o diabo.

(Eduardo Ribeiro Toledo)

Diálogo com "Esquadros"

Esquadro a nudez dela em ângulos obtusos

pelada na janela do quarto. Cachorra!

A lenta poesia antecipa-me. Que pôrra!

De quatro cheirando ao cachimbo desta tal "ela"!

… Pachorra…

.

.

.

Nua no quarto:

de meus pedaços faço fumo,

fumo de rolo

que pico,

enrolo,

acendo

trago,

dissipo

em fosso

.

.

.

Ainda pelejo,

pelejo nela pelada pela janela!

Que fossa!

“Quem é ela quem é ela?”

Contexto: O diálogo com a música “Esquadros”, 

de Adriana Calcanhoto, ocorreu através de interação 

no grupo poético “Um Grito Poético”, do facebook.

Hosamis Pádua

Ildo Silva

Vou em busca, a deriva e no rumo...

Não vejo, apenas sinto, sinto as cores...

Cores que me dita a vida...

Sozinha, te vejo logo ali, além...

... Absorvida, sorvida...

Em dores e flores nascida e renascida...

Vou ouvindo as vozes, fora e dentro...

Choro e lamento ... Risadas em gargalhadas...

Amigos, desconhecidos, reconhecidos sabores...

... Nesta que são Cores de emoções ... Vida!

Kátia Cristina de Souza

www.facebook.com/groups/poeticadoencontro

Um grito Poético - Página