Um poema para Van Gogh
teus belos prados
ricos de presença
teu céu azul escuro
porém vibrante, intenso
tua arte, teus sonhos
tua obra, tua orelha
eu sei que
nenhuma orelha resiste
à indiferença
nem mesmo à brutalidade
da incompreensão
(Luiza Maciel Nogueira)
(Alvaro Posselt)
DIEGESE
Dias
grilhões do azul,
arrastados;
dissonâncias diurnas
no pisar da noite
a retrospecção anônima
e o calar da hora.
Dias
mastigados
nos limos da língua,
o palato
estala etílico
mais um dia.
Dias
em diegese,
extrapolam
o prenuncio do ontem
e a lâmpada acesa,
um sol mínimo
rumoreja
o absoluto
na parede do segundo.
Tullio S.B.Sartini
contemplei as sardas
na pele da noite escura
engasguei estrelas
Francisco Soares Neto
Gerson Carvalho :
a solidão é uma noite escura
ou é uma noite estrelada?
não consigo gritar pra lua
ficou a pergunta esgasgada
Francisco Soares Neto:
a palavra corta o grito
silêncio se faz agora
o Vincent já não chora
nem tampouco há algum agito!!!
Gerson Carvalho :
o vincent, nosso amigo
distante e desconsolado
gritou ao seu modo, contrito
nos deixou lindo legado
Gerson Carvalho :
o vincent foi doidinho?
sim, a orelha ele cortou
cada um a sua dor
cada um o seu caminho
mas pintar como ele pintou
é ter pela arte grande amor
Francisco Soares Neto .
bom descanso, poetas loucos!
vou descansar minha loucura...
onde deixei minha orelha???
e a minha dentadura???
Nenhum comentário:
Postar um comentário