"A arte é um jeito que o ser humano tem
de resgatar sua própria grandeza oculta"

André Mauraux"


Este espaço tem como objetivo (re)criar a arte através da apreciação e reflexão desta em suas várias formas e expressões, fomentando o encontro poético entre seus membros.
Façamos da arte do encontro nosso grito poético, fazendo ouvir a nossa voz em uníssono, tranformando a palavra em verbo.
O grupo terá temas semanais, que serão postados sempre aos sábados e terão a duração de uma semana. Esses temas serão publicados no blog , no grupo e na página do facebook.
Todas as formas poéticas serão bem vindas.
As postagens que não se refiram ao tema da semana serão bem vidas, mas só utilizaremos para a publicação no blog, as que estiverem em consonância com o tema proposto.

Sejam bem vindos!
Namastê!!!!

quinta-feira, dezembro 8

X.4 - Um Grito Surreal com Salvador Dali

Entre os dias 28.11 e 04.12, no grupo Grito Criativo, poemamos sobre Obras de 4 pintores Surrealistas.

O resultado das conversas inspiradas nas obras de Salvador Dali podem ser conferidos nos poemas que seguem:
IMAGENS DO INCONSCIENTE

Imagens simbólicas
vindas do inconsciente
Nos revelam mistérios
do arquétipo coletivo
Imagens universais
guardadas em nossa mente
Nos remetem aos primórdios,
aos nossos ancestrais,
reflexos que somos
das inúmeras passagens
que por essa terra fizemos
Em nossa alma abrigamos
esse misto de imagens
do que um dia vivemos
Fomos ricos, fomos pobres
Fomos plebeus , fomos nobres
E em cada encarnação
um pouco mais aprendemos
da vida, grande lição
e ao amor nos rendemos

(Ianê Mello)

*

Olhos abertos
Ciclo Completo
Raízes em luz
Ações que conduz
Um grito em furor
Ascende o Amor!

(Kátia Cristina de Souza)

*

ser iluminado
clarão sobre as trevas
almas libertas

(Rafael Junior)

*

Apenas a Ti amar

Transpondo momentos
A Ti me entrego
Faça de mim
Um ser melhor
Anjos me envolvam
Me levem ao meu lar
Suspenso no ar
Sem nada pensar
Apenas a Ti quero amar

(Ildo Silva)

*

Repouso eterno
Brandas energias
Alma elevada

(Ildo Silva)

***

Ressurreição

Um dia nascerei de novo
Um dia serei diferente
...Talvez igual...
Um dia amarei o povo
Um dia serei semente
...De pedra e cal...
Um dia gritarei às montanhas
Um dia abraçarei o sol
...Serei o tal...
Um dia serei o deus das entranhas
Um dia serei o teu lençol
...pelo bem e pelo mal...
Um dia levantarei meu ego
Um dia sairei correndo para ti
...Vontade carnal...
Um dia a ti meu Deus... Me vergo
Um dia serei o mundo que sorri
...Lindo e angelical...
Um dia serei um anjo da paz
Um dia ao nascer... Voarei
...Serei a aurora boreal...
Serei de novo rapaz
E de novo amarei
...Querendo ser igual...
Ao meu amor de um dia
À luz do meu coração
Um dia de minha alegria
Um dia da minha paixão
...Igual...

(José Alberto Sá)

***
Raphaelesque Head Exploding

mente cansada
explosão de sentimentos
fragmentos de dor

(Rafael Junior)

*

Amor que cuida
ser que renasce
zela atento

(Ianê Mello)

***

Efêmero

No transpassar das horas
minutos infindos
segundos infinitesimais
no escoar das horas
ponteiros que se desmancham
em relógios imaginários, dalilescos
relógios que se derretem
na efemeridade do tempo
em sua completa relatividade
tempo que escorre
tempo que morre
tempo, tempo, tempo
no diluir das horas
no correr dos dias
onde nos perdemos
a eternidade dura um único instante
nos pequenos momentos vividos
e naqueles que deixamos de viver.

(Ianê Mello)

***
A Persistência da Memória

Como queria estar, como queria lembrar!

Lembro como ele me fazia falta
Que falta me fazia....
Corria, trabalhava,pouco amava
Em minha memória curta, distante, distraída, ele sumia...
E o tempo assim de mim se escondia
Muito eu perdia
Amigos, família, momentos
Hoje ganho, poucas recordações
De um tempo que jamais voltará
Hoje, ele é longo
Duradouro e sofrido
Pouco tenho a lembrar
Isolo-me, entristeço, continuo despercebida
O tempo fez se assim
O tempo fez isso de mim.

(Barbara Joyce Castanheira)

***
Rosa Meditativa

COROLA QUIMÉRICA

Que rubra visão é esta?
Estarei em estado de graça?
Será o sopro escarlate
Do poeta resplandecente
Ou será alguma estrela renascente,
Florescendo suas pétalas
Nos raios góticos da paixão?

Como suportar essa mão
Descerrada no ar,
Sem carecer de botão,
Nem de haste,
Nem de chão?

Ó corola quimérica,
Ó sobrenatural ornato de Dalí,
Decifras meu sentir
Pois já tomei a tua cor,
Pois já sorvi teu calor...
Em tua pele sobreposta,
Camada por camada
Lateja sangue de veludo vermelho
E também meu arrebatado coração...

(Janet Zimmermann)

***

AMAZONIA E DALI

Águas fonte de vida
Poesia correndo pro mar
Amazônia querida
Trovadores vêm te abraçar

Céu azul e infinito
Flora trazendo alívio
Pedaço verde bonito
Para olhos, o colírio

Terra do Thiago Poeta
Do mundo enorme celeiro
Soltando um grito de alerta
Preservação Primeiro!

(Sidney Santos - Poeta Dos Sonhos)

***

novela surreal de um pintor de factos

esta é a novela mais simples a que conta desconta os factos que não aconteceram claro mas se dizem continuamente
este é o destino das colunas seculares que ainda agora cairam e jazem lá no local que não é para descrever como é uso
porque esta é a timidez habitual e anterior a todas as iniciativas que são impostas às mãos que param
este é o círculo minúsculo que se reconhece quando as sombras são mais nítidas
digamo-los então:

1º facto - os meus amigos vieram de muitos abismos e ao chegarem ténues como eram eram já semelhantes esqueceram-se durante dias e dias e saltaram vorazes sobre as palavras e descobriram a longa pureza táctil do branco como cenário as velhas na noite vultos ambíguos só para inventar

2º facto - claro que o ordem é arbitrária vou contar-te os sonhos existiram realmente como tal e lá estávamos nos olhos as casas eram velhos castelos frutos de por exemplo amor as mãos sempre a tremer foi a época de os profetas nos enganarem com os factos travou-se a batalha e jazemos

3º facto - dito por ti encostavas o corpo aos vidros sem olhar lá para dentro bem sabias que eu tinha parado na tua face assistimos todos tranquilos à destruição da construção do futuro eu disse-te foi de golpe rápido

4º facto - assim qual é o poema principiou a cuidar do espaço sem gravidade flutua no vérttice das chamas dos tempos mais que presentes instala-se o princípio que morre ou mata morrendo

pronto deste modo nada disto é real

(António Castanheira)

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