"A arte é um jeito que o ser humano tem
de resgatar sua própria grandeza oculta"

André Mauraux"


Este espaço tem como objetivo (re)criar a arte através da apreciação e reflexão desta em suas várias formas e expressões, fomentando o encontro poético entre seus membros.
Façamos da arte do encontro nosso grito poético, fazendo ouvir a nossa voz em uníssono, tranformando a palavra em verbo.
O grupo terá temas semanais, que serão postados sempre aos sábados e terão a duração de uma semana. Esses temas serão publicados no blog , no grupo e na página do facebook.
Todas as formas poéticas serão bem vindas.
As postagens que não se refiram ao tema da semana serão bem vidas, mas só utilizaremos para a publicação no blog, as que estiverem em consonância com o tema proposto.

Sejam bem vindos!
Namastê!!!!

domingo, outubro 23

IV. O rapto de Proserpina (1621/1622 - Bernini)



Nos braços de plutão
Vão-se as primaveras
Na terra não há verão

Só nas profundezas
Córregos águam sedas
E desabrocham peles e flores

(Andrea De Godoy Neto)



Afinal,já não sei se ouço
um grito na noite estrelada,
ou numa ponte da Noruega,
ou se ouço gritar Prosérpina
que sem luta não se entrega...*



*botas em batalha
poesias sobre a ponte
cortes de navalha



Francisco Soares Neto ‎.


Proserpina

feita de pedra,
esculpida em ternura,
a pele lisa como a seda
pernas, joelhos e nervos
correm em fuga serpentina
e cada dedo do pé
grita no abraço
o rapto de Proserpina



(Luiza Maciel Nogueira)



não é minha sina
me prender às estações
nem me deem propina



(Francisco Soares Neto)




dá um real, moço!
olhos fixos de medusa...
coração de mármore



(Francisco Soares Neto)






o jardim dos elefantes

nenhum ferreiro
cobriu a tromba de metal

a garganta ferida
não era acessível

escultura de dentes
violada pelo vento

ideogramas de ossos
cobertos de nuvem

o jardim dos elefantes
sem carne viva
de tantos humanos
gordos
fartos
de história alguma

um passeio pelo tabuleiro
em que germinam as crianças

:

a memória seca
o regador quebrado

(Augusto Meneghin)





dramaticidade
grita no mármore branco
quem escutará?



(Francisco Soares Neto)



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